Depois de 5 anos tentando a vaga para o Campeonato Mundial de Ironman do Havaí, Carlos Paiva realizou seu sonho. Sonho de muitos triathletas que acreditam ser uma missão quase impossível. Pois é, quem acredita, tem fé e determinação, alcança. Carlos esteve entre os 1.500 melhores ironman do mundo no dia 19 de outubro de 2002. É uma semana de muita festa com direito a desfile dos países participantes. Cerca de 23 atletas brasileiros estavam presentes, alguns com seus familiares e amigos que deram tanta força e tiveram compreensão nas horas e horas de treinamento. O desfile dos brasileiros foi uma festa só. Fernanda Keller em um carro à frente seguida pelos brasileiros balançando a bandeira brasileira como em um desfile de samba e um "carrinho Mustang" tocando músicas nacionais. Todos sacudiram e aplaudiram. Em Kona, local da competição, tudo foi estruturado para receber os Homens de Ferro. Os atletas treinam na orla da praia com direito a isotônico e estar ao lado dos melhores triathletas do mundo. Voluntários desde os adolescentes aos idosos, com plena satisfação em resolver os problemas.
Carlos nadou os 3.800m como previsto com direito a apreciar os peixes do Oceano Pacífico tão azul. Pedalou bem na estrada cercada de pedras dos vulcões e com o vento forte de Hawi. Hawi é aonde o vento faz a curva. Retorno dos 100km de ciclismo aonde os atletas passam por mais uma dificuldade e surpresa das dificuldades do Havaí. Até o quilometro 155 estava tudo bem, depois houve um estalo e Carlos teve uma surpresa ao olhar para baixo e ver sua bicicleta quebrada no local do banco. Parar nem prensar. Tanto sacrifício para estar ali, não seria a falta de um lugar para sentar que acabaria com um sonho. Colocou a peça quebrada com o selim em cima do guidão e terminou os 25km restantes pedalando em pé. O objetivo da prova passou a ser outro. Atletas passavam e diziam palavras de apoio. Uns falavam bom trabalho, outros falavam que seria um ótimo exercício para minhas pernas, outros falavam “merda” e as pessoas que assistiam e davam bebidas e comidas para os competidores diziam para ir em frete e aplaudiam. Falta de incentivo não faltou. Como a bicicleta ficou instável, Carlos alem de estar em pé na bicicleta teve que pedalar por cima dos sapatos usado para pedalar, pois com o pé preso na bicicleta teria um risco de queda. Com as pernas um pouco mais cansadas do que o previsto e com uma bolha debaixo de cada dedão do pé por estar pedalando por cima dos sapatos restava saber como seria correr os 42.195m metros finais. Carlos não quis saber e correu forte a maratona. Entrou no “LAB”, uma estrada que corta o Laboratório de Pesquisa de Energia do Havaí, aonde o calor chega aos 40 graus e os atletas estão com cerca de 30km de maratona, e continuou correndo parando apenas para colocar um esparadrapo no pé. Cruzou a linha de chegada numa alegria só, terminando esta dura competição com 10:50h e ficando entre os 36% melhores Ironman do mundo. Sem fé e determinação nada seria possível.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
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